O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), após o parlamentar deixar o Brasil e viajar para os Estados Unidos em descumprimento das medidas judiciais que o impediam de sair do país. A decisão foi tomada em resposta a informações da Polícia Federal que apontaram a fuga como violação das restrições impostas pelo Supremo.

Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), havia sido condenado a 16 anos de prisão por envolvimento em uma trama golpista que investigava a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e atos relacionados à tentativa de golpe de Estado. Mesmo com o passaporte apreendido e proibido de deixar o território nacional, o deputado conseguiu sair do país e foi localizado em Miami, nos Estados Unidos.

A ordem de prisão preventiva inclui a solicitação de inserção do nome de Ramagem na lista de difusão vermelha da Interpol, mecanismo que permite a captura internacional de procurados. Com isso, o parlamentar poderá ser detido fora do Brasil e submetido a processo de extradição.

O caso tem forte repercussão política, já que Ramagem é aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro e figura central nas investigações sobre articulações golpistas. A fuga para os Estados Unidos é considerada uma afronta às decisões judiciais e reforça a gravidade das acusações que pesam contra ele.

Com a determinação do STF, o processo segue agora para a cooperação internacional, enquanto autoridades brasileiras aguardam os desdobramentos da inclusão de Ramagem na lista da Interpol e a possibilidade de sua prisão em território estrangeiro.