Após quase cinco anos do crime que chocou o país, o empresário Paulo Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão pelo assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Silva Miguel. O julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, durou dois dias e teve desfecho na noite de sexta-feira (30).

O crime, ocorrido em 9 de junho de 2019, foi motivado pelo fato de Cupertino não aceitar o relacionamento de sua filha, Isabela Tibcherani, com Rafael Miguel. Conforme apontou a investigação, o empresário emboscou o jovem e os pais dele na zona sul de São Paulo e disparou 13 tiros, sem dar chance de defesa às vítimas. Rafael Miguel. Conforme apontou a investigação, o empresário emboscou o jovem e os pais dele na zona sul de São Paulo e disparou 13 tiros, sem dar chance de defesa às vítimas.

Foto:  Rafael Miguel / Redes Sociais

Fuga e captura após três anos

Após cometer o assassinato, Cupertino fugiu e permaneceu foragido por quase três anos, mudando de endereço várias vezes e utilizando documentos falsos. Ele foi capturado em maio de 2022, em um hotel na capital paulista, onde se escondia sob uma identidade falsa. Durante esse período, utilizou disfarces, incluindo tintura de cabelo e lentes de contato, para evitar ser reconhecido.

Detalhes do julgamento

O empresário foi condenado por homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. O júri popular, formado por sete jurados, decidiu pela condenação de forma unânime. Durante o julgamento, Cupertino negou todas as acusações e chegou a discutir com suas próprias advogadas.

Dois outros acusados de terem ajudado Cupertino a fugir, Eduardo Machado e Wanderley Antunes, foram absolvidos pelo júri, que entendeu que não havia provas suficientes para responsabilizá-los.

Reação da família das vítimas

A condenação foi recebida com alívio por familiares das vítimas. Desde 2019, o caso gerou grande repercussão e mobilizou campanhas por justiça. A família de Rafael Miguel declarou que a decisão representa uma resposta ao sofrimento e à espera de anos.

A sentença de 98 anos de prisão reforça a gravidade do crime e marca o desfecho de um caso que chocou o Brasil.