Três meses após a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, as exportações brasileiras mostraram resiliência e registraram crescimento de 9,1% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O desempenho foi impulsionado pela diversificação dos mercados, especialmente na Ásia e Europa, e marcou o maior volume exportado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o Brasil exportou US$ 31,97 bilhões em outubro, enquanto as importações somaram US$ 25,01 bilhões, resultando em um superávit comercial de US$ 6,96 bilhões.

Apesar do crescimento geral, as exportações para os Estados Unidos caíram 37,9%, refletindo os efeitos do tarifaço implementado pelo governo norte-americano. A retração afetou principalmente os embarques de petróleo bruto, que recuaram 82,6%, representando uma perda de US$ 500 milhões. Também houve queda nas vendas de celulose, óleos combustíveis e aeronaves.

A América do Norte foi a única região a registrar redução nas compras de produtos brasileiros, com queda de 24,1%. Em contrapartida, a Ásia apresentou alta de 21,2%, com destaque para China, Índia, Cingapura e Filipinas. A Europa também teve crescimento de 7,6%, enquanto a América do Sul avançou 12,6%.

Entre os produtos com maior desempenho estão soja, óleos brutos de petróleo, minério de ferro e carne bovina. O aumento nas vendas para outros mercados compensou as perdas com os Estados Unidos e reforçou a importância da diversificação comercial para a economia brasileira.

O movimento de queda nas exportações para os EUA tem se intensificado nos últimos meses, indicando não apenas os impactos das tarifas, mas também uma possível redução da demanda norte-americana. O cenário reforça a necessidade de estratégias comerciais voltadas à ampliação de parcerias internacionais e à redução da dependência de mercados específicos.